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A Mulher de Preto

Contando Causos

A Mulher de Preto


Nosso avô paterno José Mendola, carinhosamente conhecido como Beppe, era motorista de táxi (chofer de praça) na década de 1930 em Jaú/SP. Naquele tempo, as estradinhas de terra eram um desafio constante, especialmente à noite sob forte temporal. Beppe era um homem destemido e acostumado a enfrentar as adversidades do seu ofício e dificilmente recusava uma viagem, mesmo durante à noite e com condições climáticas adversas.

Certa noite, durante uma tempestade furiosa, Beppe dirigia seu táxi por uma dessas estradas estreitas e lamacentas. A chuva caía torrencialmente, e os raios iluminavam o caminho de forma intermitente. Os faróis do carro mal conseguiam penetrar a cortina densa de água que caía do céu.

Ao se aproximar de uma Santa Cruz, aquelas igrejinhas de beira de estrada, um marco sagrado conhecido por seus muitos milagres e histórias misteriosas, Beppe avistou uma luz de vela e uma figura solitária. Uma mulher vestida de preto, ajoelhada e orando fervorosamente. A cena era intrigante e um tanto assustadora, com a imagem da mulher quase fundindo-se com a escuridão da tempestade.

Beppe passou lentamente pela Santa Cruz, observando a mulher com um misto de curiosidade e respeito. Ele não quis interromper sua prece e continuou seu caminho, tentando manter o táxi na trilha enquanto a tempestade rugia ao seu redor. Após alguns minutos, decidiu voltar para verificar se a mulher precisava de ajuda, temendo que ela pudesse estar em perigo devido ao clima severo.

Ao retornar ao local, porém, a mulher havia desaparecido. Não havia sinal dela em lugar algum. Beppe procurou ao redor, chamando por ela em vão. A sensação de mistério tomou conta dele. A mulher de preto que ele vira orando na Santa Cruz parecia ter se desvanecido no ar, como uma aparição.

Beppe ficou com a sensação de que aquela não era uma mulher comum, mas sim uma alma penada, uma entidade espiritual presa entre este mundo e o próximo. Acreditava que, talvez, tivesse testemunhado algo sobrenatural naquela noite tempestuosa.

A história daquela noite ficou gravada em sua memória e ele frequentemente a compartilhava com seus familiares e amigos, sempre com a mesma sensação de mistério e reverência. As pessoas ouviam atentamente, arrepiadas, imaginando o que realmente Beppe havia visto naquela tempestade.

E assim, a lenda da mulher de preto na Santa Cruz de Jaú/SP passou a ser contada por gerações, como um lembrete de que, às vezes, o inexplicável está mais perto do que imaginamos.


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