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A Sanfona e o Violão
Em meados de 1942, no pequeno vilarejo de Campos Salles, localizado em Barra Bonita/SP, viviam os irmãos Mendola. Eles eram conhecidos por suas travessuras e a criatividade que, muitas vezes, levava todos às gargalhadas. Nosso avô José Mendola, um senhor de cabelos grisalhos (poucos por sinal) e sorriso fácil, possuía dois tesouros que guardava com muito carinho: um violão e uma sanfona.
Certa vez, durante o mês de junho, os moradores do vilarejo preparavam-
Nosso avô José, cheio de entusiasmo, decidiu emprestar seus preciosos instrumentos para que o terço da festa junina tivesse um toque especial.
Tudo estava em paz até que os irmãos Mendola puseram os olhos na sanfona de nosso avô José, parada ali na pequena sala da casa. Laurindo, com seu espírito competitivo, agarrou um lado da sanfona enquanto Maria, não menos determinada, pegou o outro. Arcílio e João, por sua vez, resolveram escolher um lado para apoiar. E assim começou uma cena digna de um filme pastelão: puxa daqui, puxa dali, e de repente, com um som estridente, o fole da sanfona se rasgou ao meio, dividindo o instrumento em duas partes. A sanfona havia sido rasgada ao meio, vítima da força dos quatro irmãos.
Não contentes com o estrago, os irmãos voltaram seus olhos para o violão. Mais uma vez, o cabo-
Quando nosso avô José chegou em casa e viu a cena, seus cabelos (os poucos que possuía) ficaram em pé de fúria. "Meus preciosos instrumentos! Vocês não têm ideia do que fizeram!" E, assim, decretou o castigo mais temido de todos: os irmãos Mendola estavam proibidos de participar da festa junina.
A festa seguiu sem os irmãos, que passaram a noite ouvindo a música e a risada dos amigos através das paredes da casa. Aprenderam uma valiosa lição sobre respeito e a importância de cuidar das coisas, mas, mais do que isso, ganharam uma história para contar nos anos vindouros — uma história que sempre começava com risos e terminava com um suspiro saudoso.
E assim, a sanfona e o violão se tornaram lendas no vilarejo de Campos Salles, lembrados sempre com um toque de humor e uma pitada de saudade.