Quebra-Cabeça - Família Mendola - Da Sicilia para o Brasil! Embarque conosco nesta viagem...

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Quebra-Cabeça

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Quando iniciamos nossas pesquisas em outubro/1999, realizamos várias entrevistas com nossos familiares na intenção de obter o maior número possível de informações verídicas sobre nossos antepassados. É óbvio que durante tais entrevistas, apareçam temas como brigas, fofocas, alegrias, surpresas, escândalos, derrotas, sucessos, entre outros e conosco não foi diferente, além de ter sido também um grande quebra-cabeça. Por este motivo resolvemos criar esta página adicional, onde descrevemos detalhes sobre as descobertas obtidas durante nossas pesquisas sobre a vida de nosso bisavô paterno Alfonso Mendola.

Durante as referidas pesquisas com relação ao nosso bisavô Alfonso, nos foi informado que ele não imigrou para o Brasil pelas mesmas razões e motivos que a maioria dos italianos que integraram o grande fluxo imigratório do final do século XIX e início do século XX. Rezava a lenda que nosso bisavô era siciliano, pertencia a uma família italiana de posses (terras), era casado, possuía um filho(a) e em meados de 1890 estaria prestando serviços militares ao exército italiano ou pertencia a alguma instituição militar equivalente, sendo que em função de desentendimentos ocorridos entre ele e seu comandante ou algum superior imediato (sargento, tenente, capitão, etc), nosso bisavô teria desertado e fugido no primeiro navio disponível que conseguiu embarcar, deixando na Itália a esposa e filho(a), imigrando sozinho para o Brasil. Residiu no Brasil por 40 anos e ao retornar para a Itália em meados de 1930, nosso bisavô encontrou sua esposa casada com o chefe da estação de trem do local, pois a mesma cansou-se de esperá-lo, acreditando que nosso bisavô havia falecido em função da ausência de notícias. Porém mesmo assim, nosso bisavô permaneceu na Itália, vivendo com parentes até sua morte. Estas eram as informações que possuíamos sobre nosso bisavô Alfonso no início de nossas pesquisas.

Decidimos investigar esta lenda, iniciando nossas pesquisas para comprovar a veracidade da história descrita por nossos familiares (história contada de pai para filho até os dias de hoje) e descobrir a maior quantidade de informações possíveis, incluindo o nome da cidade de origem de nosso bisavô Alfonso. Como relatado acima, tínhamos a informação de que nosso bisavô era proveniente da Região da Sicilia, sendo que posteriormente obtivemos novas dicas, dentre elas, que nosso bisavô seria originário de alguma localidade próxima a cidade de Palermo e que ao retornar para a Itália em meados de 1930, retornou para uma cidade chamada "Aragusa". Em documentos obtidos junto ao Cartório de Registro Civil da cidade de Jaú/SP, encontramos os nomes dos pais de nosso bisavô Alfonso descritos como Francesco Mendola e Angela "Chiesca/Chicaella/Chierela" (cada documento apresenta o sobrenome de Angela escrito de forma diferente). Em função destas informações, concentramos nossas pesquisas (optamos inicialmente pela pesquisa da certidão de óbito de nosso bisavô) nas cidades pertencentes à Província de Palermo, como por exemplo, Alia, Aliminusa, Misilmeri, Partinico, entre outras, sendo inúmeras as respostas negativas. Porém em 2008 recebemos resposta da cidade de Termini Imerese, informando que não foi encontrado nenhum registro de óbito referente a Alfonso Mendola, mas que encontraram o registro de óbito de Angela Mendola, falecida naquela cidade em 1930, aos 41 anos. Na respectiva certidão consta que Angela Mendola nasceu na cidade de San Biagio Platani, localizada na Província de Agrigento, Região da Sicilia e que era filha de Alfonso Mendola e Carmela Chiapparo.     

Ao recebermos este documento, não demos a devida atenção ao mesmo e continuamos a pesquisar, pois a cidade natal de Angela Mendola descrita na certidão de óbito pertencia a Província de Agrigento, ou seja, fora do foco de nossas pesquisas que eram cidades da Província de Palermo, além de existirem na Região da Sicilia várias pessoas com o nome Alfonso Mendola, o que dificultava ainda mais a precisão das informações. Após um ano do recebimento desta certidão, decidimos retomar a investigação dos fatos (ouvindo nossa consciência) e pesquisar mais detalhadamente os dados desta certidão, solicitando em 2009 à cidade de San Biagio Platani a certidão de casamento de Alfonso Mendola e Carmela Chiapparo. O registro do referido casamento foi encontrado e na respectiva certidão consta que o mesmo foi realizado no ano de 1888. Também nos informaram que Alfonso Mendola era filho de Francesco Mendola e Angela Circo (75% dos nomes conferiram com os dados descritos nos documentos obtidos junto ao Cartório de Registro Civil da cidade de Jaú/SP) e que Carmela Chiapparo era filha de Biagio Chiapparo e Rosaria Tuzzolino, além de nos enviarem outras certidões, como a certidão de nascimento de Angela Mendola, onde consta seu nascimento no ano de 1889 e a certidão de óbito de Alfonso Mendola, onda consta seu falecimento no ano de 1941, aos 75 anos, na cidade de Aragona, localizada na Província de Agrigento, Região da Sicilia, cidade distante apenas 25 km da cidade de San Biagio Platani. Posteriormente nos enviaram também informações sobre o nascimento de Alfonso Mendola, ocorrido no ano de 1865 na cidade de San Biagio Platani.

Tínhamos todas estas informações em mãos, informações estas que davam indícios de que o referido Alfonso Mendola era nosso bisavô, porém não tínhamos a certeza absoluta. Várias coincidências estavam presentes entre as informações que possuíamos (obtidas com nossos familiares) e as informações obtidas em San Biagio Platani, dentre elas a que nosso bisavô Alfonso era casado e que possuía um filho(a), mas não tínhamos a confirmação da informação da imigração para o Brasil, pois em nenhuma documentação recebida havia a citação desta imigração. A confirmação veio através de uma mensagem enviada por um contato da cidade de Aragona, para o qual havíamos solicitado informações sobre nosso bisavô Alfonso. Abaixo segue a transcrição original desta mensagem (suprimimos das datas o dia/mês citados nas mesmas, deixando como referência apenas o ano):


Assunto: Ricerche su Alfonso Mendola – 25/01/2010

Gent.mo,

In base alle ricerche effettuate presso il Comune di Aragona risulta quanto segue: Mendola Alfonso è deceduto il 1941. Abitava in Aragona, Contrada Serre Tuberio (campagna di Aragona). Era nato a San Biagio Platani (Prov. Agrigento) il 1865. Suo padre si chiamava Mendola Francesco, sua madre Circo Angela. Sua moglie Chiapparo Carmela, nata a San Biagio Platani Il 1863. Alfonso Mendola e Carmela Chiapparo si erano sposati in San Biagio Platani Il 1888, poi sono emigrati. Dal Registro Anagrafe del Comune di Aragona risulta che sono rientrati da Jaku (???) ed iscritti nelle liste degli abitanti di Aragona in data 1930. Ho provato a fare una ricerca su Wikipedia (enciclopedia) dove si trova Jaku ma non sove si trovi. Esiste un piccolo comune di 650 abitanti in Ungheria, ma non penso che provenissero da lì. Spunta un qualcosa anche nell'arcipelago malesiano-polinesiano, ma non penso proprio. Veda Lei di fare altre ricerche. Questo è quello che hoi potuto scoprire. Spero di essere stato abbastanza d'aiuto. Un saluto.     


Após 10 anos de pesquisas o quebra-cabeça estava montado. Baseado nas informações obtidas, concluímos que nosso bisavô Alfonso Mendola, filho do casal Francesco Mendola e Angela Circo, nasceu em 1865 na cidade de San Biagio Platani, casou-se com Carmela Chiapparo no religioso em 1885 e no registro civil em 1888. Tiveram duas filhas, sendo a primeira chamada Angela Mendola (nascida em 1885 na cidade de San Biagio Platani, cidade na qual faleceu em 1887, em casa localizada na via Carini, onde está sepultada) e a segunda também chamada Angela Mendola (nascida em 1889 na cidade de San Biagio Platani, casou-se em 1910 com Luigi Gandolfo e faleceu em 1930 na cidade de Termini Imerese, onde está sepultada). Em agosto de 1890, nosso bisavô Alfonso imigrou sozinho para o Brasil (na mensagem recebida entende-se que o casal havia imigrado pelo uso da expressão no plural "sono emigrati"), deixando na Itália a esposa Carmela (na ocasião com 26 anos) e a filha Angela (na ocasião com 1 ano e 2 meses). No Brasil, um ano após sua chegada, em 1891 na cidade de Jaú/SP, casou-se com a imigrante italiana Angela Ippolita Ravagnani (nossa bisavô paterna), nascida na cidade de Stienta, Província de Rovigo, Região do Vêneto e tiveram os filhos Francisco, José (nosso avô paterno), Rosaria, Filomena (faleceu recém-nascida), Ângelo, Luiz e Antônio, constituindo a família da qual somos descendentes. Nossa bisavó Angela Ippolita faleceu em 1929 na cidade de Jaú/SP, sendo que após seu falecimento, nosso bisavô Alfonso retornou sozinho para a Itália em 1930 (apesar do convite feito aos seus filhos para que retornassem com ele), após 40 anos de residência no Brasil, mais precisamente para a cidade de Aragona (na mensagem recebida entende-se que o casal havia retornado de uma localidade chamada "Jaku" pelo uso da expressão no plural "sono rientrati da Jaku", sendo claro o erro de grafia cometido com o nome de Jahu (naquela época escrito com "h"), onde confundiram o "h" com o "k"). Ao retornar, nosso bisavô procurou por sua esposa Carmela e sua filha Angela (já falecida naquela ocasião), podendo até ter residido novamente com Carmela ou simplesmente permaneceu na cidade de Aragona, vivendo com algum parente até sua morte. Alfonso Mendola e Carmela Chiapparo faleceram em 1941 e 1958 respectivamente, ambos na cidade de Aragona, onde estão sepultados.





Estação Aragona-Caldare na década de 1900 (treniecartolinesicilia.it)


Com relação às informações obtidas junto a nossos familiares de que nosso bisavô Alfonso pertencia a uma família italiana de posses (terras), de que teria tido desentendimentos com seu comandante ou superior imediato (fato este que motivou sua imigração) e de que encontrou sua esposa casada com o chefe da estação de trem de Aragona, não conseguimos descobrir nenhuma informação ou evidência a respeito destes assuntos até o presente momento. Porém para nós pouco importam estes assuntos, pois os mesmos agora fazem parte da história ou simplesmente sejam apenas lendas. O que realmente nos importa é que hoje somos mais de 300 descendentes (entre filhos, netos, bisnetos, trinetos) do casal Alfonso Mendola e Angela Ippolita Ravagnani espalhados pelo Brasil.



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